Gil Alcoforado
“Aumentar a qualidade de vida dos meus pacientes é a minha maior satisfação”


Um pioneiro nato, animado pela curiosidade científica, e pela transmissão e aquisição de conhecimentos, num processo constante de descoberta e atualização. Com um percurso notável na Academia e no exercício da Medicina Dentária, o Prof. Dr. Gil Alcoforado é uma referência nas áreas da Periodontologia e Implantologia. No centro da sua filosofia, como da sua prática, o Paciente, a quem dedica um atendimento personalizado, cuidadoso e criterioso. Esta é a sua visão para a Clínica Alcoforado, um desígnio que sempre transmitiu à sua equipa e que se mantém atual, numa altura em que progressivamente vai passando o testemunho às gerações que se seguem.
A MEDICINA DENTÁRIA É UMA TRADIÇÃO NA FAMÍLIA. A PARTIR DE QUE ALTURA SOUBE QUE ERA ESSE O CAMINHO QUE QUERIA SEGUIR?
Sempre tive a noção que queria seguir medicina. Naquela altura, não existia o curso de medicina dentária, por isso entrei em medicina, fiz os três primeiros anos, e comecei também a visitar o serviço de estomatologia do Hospital de Santa Maria, onde estavam alguns amigos do meu pai que se tornaram meus amigos. A abertura da Faculdade de Medicina Dentária, em 1977, acabou por coincidir exatamente com o fim do meu terceiro ano. Era precisamente a altura em que se entrava, e por isso o timing não podia ter sido mais perfeito. Eu fiz parte da primeira “fornada”, do grupo de 16 alunos do primeiro curso da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.
QUAL A MAIOR SATISFAÇÃO QUE LHE TRAZ A SUA PROFISSÃO?
Decididamente é poder aumentar a qualidade de vida dos meus doentes. Isso está acima de tudo. E também poder passar aquilo que fui aprendendo aos mais jovens. E agora à minha filha Isabel, que se formou recentemente, algo que me enche de alegria. A transmissão de conhecimentos foi algo que sempre me apaixonou, assim como a aquisição de novos conhecimentos, que é algo que nunca deixo de procurar. Mesmo aos 65 anos, continuo a fazer cursos e tratar de aprender e melhorar. Em qualquer profissão, mas na minha em particular, em que as coisas evoluem a uma velocidade incrível, isto é fundamental. Aliás o meu mote no Skype é “better than yesterday, worse than tomorrow”.
DESDE A FUNDAÇÃO DA CLÍNICA ALCOFORADO ATÉ HOJE, HOUVE COM CERTEZA GRANDES MUDANÇAS NA MEDICINA DENTÁRIA. COMO É QUE TÊM ACOMPANHADO ESSA EVOLUÇÃO?
Comecei no consultório do meu pai. Em janeiro de 1987 limitei a minha prática clínica à Periodontologia, depois de várias estadias na Noruega e nos Estados Unidos. Em 1989 comecei na área dos implantes. A partir daí a minha prática clínica passou a estar circunscrita a estas duas áreas. Fomos acompanhando a evolução da ciência, em 1992 juntei-me a um grupo com o Prof. Alberto Oliveira Pinto e em 1997 criamos a Clínica Alcoforado que na altura era especializada apenas nessas áreas. Até que por pressão dos próprios pacientes ampliámos às outras especialidades, e isso fez que acompanhássemos todos os avanços na área da implantologia, na área de tratamento de cáries igualmente. Na área dos tratamentos de canais (endodontia) temos na nossa equipa especialistas que trabalham com microscópio e têm formação nos Estados Unidos. Na área da periodontologia e implantologia, as coisas têm evoluído imenso, e aquilo que fazemos hoje não tem nada a ver com o que fazíamos há 5 anos (quanto mais há 10!)
QUE TECNOLOGIA DESTACARIA?
Agora com a digitalização há um novo incremento, que de certa maneira nos obriga a mudar um bocadinho os paradigmas de tratamento. Por exemplo, os moldes hoje são feitos com um scanner, que gera um ficheiro que enviamos para o laboratório por email. Por sua vez, no laboratório recolhem essa informação digital e através de uma fresadora ou impressora 3D são concebidas as próteses pretendidas (sejam elas coroas ou pontes, sobre dentes ou implantes). No entanto, todos os anos assistimos a grandes evoluções tecnológicas e biológicas em muitos das especialidades que tratamos.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE ORAL?
A saúde oral pode ter grandes implicações sob o ponto de vista sistémico, em áreas que não descortinávamos. Ainda recentemente moderei uma sessão num congresso médico, em que dois colaboradores foram falar da relação entre a doença periodontal (das gengivas) e a anemia. Hoje em dia sabemos que a doença periodontal está relacionada com problemas de coração, com aterosclerose, com abcessos cerebrais, relacionada com a diabetes. Há uma relação muito íntima das doenças orais com as doenças sistémicas, e muitas vezes uma relação biunívoca, em que atuar sobre uma significa atuar sobre a outra.
E EM TERMOS DE PERCEÇÃO? AS PESSOAS EM GERAL TÊM CONSCIÊNCIA DA IMPORTÂNCIA DA SAÚDE ORAL?
Toda a nossa consulta, em todas as especialidades, está muito virada para a prevenção. E para isso é preciso melhorar a literacia em saúde oral. Por isso damos muita informação pessoal, one on one, aos nossos pacientes, sobretudo na primeira consulta. Damos-lhe informação sobre o que é possível fazer, não só a curto prazo, quando há uma situação de emergência, mas sobretudo no longo prazo, e aqui estamos a falar de coisas que se podem fazer, sob o ponto de vista preventivo, para a vida. A verdade é que seguindo determinado tipo de passos, consegue-se até reduzir o número de horas no dentista, o que beneficia os pacientes. As coisas estão a melhorar, há muita informação, mas a verdade é que passamos sempre toda a informação que conseguimos para melhorar essa iliteracia a nível dos cuidados orais.
O QUE É QUE TORNA A CLÍNICA ALCOFORADO DIFERENTE?
Uma das tentações que consegui sempre suplantar foi o aumento desmesurado da clínica. Ou seja, a clínica é pequena e não a vou aumentar, porque só assim podemos dar de facto um tratamento personalizado. Essa personalização é de facto muito importante porque caso contrário não conseguimos dar o tratamento adequado. É indispensável que as pessoas sintam esse acompanhamento muito próximo. Somos vários colegas aqui, divididos pelas várias especialidades, e faço os possíveis para que não haja um turnover muito acentuado. Na equipa, tenho pessoas que já estão há mais de 30 anos a trabalhar comigo. Obviamente que é sempre preciso sangue novo, mas é igualmente importante que haja essa estabilização para que esse acompanhamento seja de facto possível. Para além desta personalização, somos guiados pela tentativa de dar sempre o máximo de qualidade possível, e pela pontualidade. Estar sempre à hora (temos oito gabinetes e seis lugares na sala de espera, os doentes não esperam, e habituam-se a ser recebidos à hora marcada, ao minuto) é essencial para nós e os nossos pacientes sabem-no e cumprem.
QUANDO CRIOU A CLÍNICA QUAL ERA A SUA VISÃO PARA O PROJETO?
A clínica foi evoluindo, mas a minha visão esteve sempre muito centrada no paciente, muito mais do que na clínica propriamente dita. As coisas foram acontecendo naturalmente, e a clinica foi aumentando pouco a pouco, mas sempre de maneira muito controlada, de forma a que nunca se perdesse a possibilidade de se dar aquele atendimento e acompanhamento personalizado a longo prazo. Eu parto do princípio quando vejo um doente pela primeira vez que será um doente para eu seguir para o resto da vida. Tenho aqui muitos doentes em manutenção que vi pela primeira vez há várias décadas. É isso que faz com que seja possível manter os padrões de qualidade que vão obviamente ser cada vez mais precisos, à medida que as técnicas vão evoluindo.
UM DESEJO PARA O FUTURO?
É muito simples. Que eu consiga manter a equipa que tenho, e criar a possibilidade de uma continuação, com a mesma filosofia de acompanhamento cuidadoso, criterioso e personalizado dos doentes, evitando que a clínica possa ficar demasiadamente grande e despersonalizada.
Reconhecida pelo profundo conhecimento em Periodontologia, a Clínica Alcoforado assegura a prevenção, tratamento e manutenção da saúde das gengivas e dos outros tecidos que suportam os dentes.